2024
Uma estratégia inteligente para garantir um sucesso verdadeiramente sustentável
Eliana Camejo, CEO & Founder

À medida que aprofundamos nosso trabalho com comportamento humano e comunicação, começamos a enxergar alguns perigos que frequentemente podem passar despercebidos por quem pratica, mas nunca passam despercebidos por quem vê. O ego e a vaidade, embora sejam características naturais do ser humano e possam até impulsionar conquistas, podem facilmente se transformar em armadilhas no mundo dos negócios. Em uma perspectiva onde o sucesso é muitas vezes medido por números e aplausos, essas características podem desviar líderes e executivos de um caminho mais autêntico e estratégico.
Explico. A literatura sobre liderança e comportamento organizacional revela que um ego inflado pode levar à autossuficiência, distorcendo a percepção que o líder tem de si mesmo e do ambiente ao redor. Isso não apenas compromete o sucesso interno, mas também afeta diretamente a gestão da reputação, tanto do executivo quanto da organização.
Pesquisas e especialistas em liderança apontam que líderes excessivamente confiantes em suas próprias opiniões e decisões tendem a ignorar feedbacks críticos, tratando-os como "ruído" dispensável. Esse tipo de postura pode sufocar a inovação, ao desencorajar a diversidade de pensamentos e a colaboração. Quando líderes se fecham em suas próprias convicções, deixam de ouvir outras vozes, comprometendo não só a eficácia operacional, mas também a percepção externa da empresa. Em ambientes onde a colaboração é desmotivada e o espírito de equipe é enfraquecido, os colaboradores se tornam desmotivados, o que pode desencadear crises de imagem e reputação.
A literatura atual sobre liderança corporativa também destaca a crescente importância da humildade e da autorreflexão como ferramentas poderosas de gestão. No best-seller "Empresas Feitas para Vencer", Jim Collins ressalta que os líderes mais eficazes são aqueles que conseguem equilibrar a confiança em suas decisões com uma capacidade genuína de escutar e integrar diferentes perspectivas. Essa abordagem é crucial, não apenas para o crescimento interno, mas também para construir e manter uma reputação sólida e respeitável no mercado.
Gestão de reputação exige um olhar afiado para a percepção externa da organização. Líderes que se isolam em suas certezas correm o risco de subestimar o impacto de suas ações na opinião pública.
Agilidade e adaptabilidade, características indispensáveis no cenário de negócios atual, também são fundamentais na gestão de reputação. Isso requer uma liderança que esteja aberta ao diálogo, que saiba engajar diferentes públicos e que esteja disposta a reconhecer e corrigir erros antes que eles se transformem em crises.
Por isso, cabe aos líderes empresariais refletirem sobre o impacto de suas atitudes e comportamentos, tanto dentro da organização quanto na imagem que projetam externamente.
Cultivar uma liderança baseada na humildade, transparência e abertura ao diálogo é uma estratégia inteligente para garantir um sucesso verdadeiramente sustentável. O mundo mudou e as relações também. Adaptar-se a essa nova realidade é essencial.