2024
SUA REPUTAÇÃO CORPORATIVA ESTÁ SEGURA?
Eliana Camejo, CEO & Founder
Eliana Camejo, CEO & Fouder da Camejo Comunicacao, Jornalista, Pós-graduanda em ESG - Environmental, Social e Governance
Poucas perguntas ressoam com mais urgência entre a alta gestão do que estas: quantas de nossas empresas realmente testam seus sistemas de gerenciamento de crise? Quantas estão verdadeiramente atentas às suas vulnerabilidades, tanto internas quanto externas? Este não é apenas um debate sobre a eficácia operacional; é uma reflexão profunda sobre a essência da governança corporativa. E, se por um momento considerarmos o cenário em que o inesperado acontece, estamos realmente preparados para restaurar nosso ambiente ao estado anterior à crise? A resposta a estas perguntas define a diferença entre as organizações que veem a gestão de riscos e crises como uma parte integrante e permanente de sua governança, e aquelas que são pegas de surpresa quando o inesperado ocorre.
A realidade é que, em um mundo interconectado e imprevisível, a gestão de crises e a preparação para eventos inesperados se tornam não apenas necessárias, mas essenciais para a sobrevivência e prosperidade a longo prazo de uma organização. A governança, nesse contexto, transcende a mera administração do dia a dia e adentra o território da visão estratégica e da capacidade de antecipação. Isso implica não apenas ter um plano em vigor mas garantir que este plano seja robusto, testado e capaz de ser implementado de forma ágil e eficaz.
Para além da criação e implementação de sistemas de gerenciamento de crise, existe uma necessidade imperativa de mapear crises potenciais em todas as áreas relacionadas à empresa. Isso não apenas inclui a identificação de vulnerabilidades internas, como falhas de sistema ou lacunas na segurança da informação, mas também vulnerabilidades externas, como mudanças no mercado, ameaças competitivas e desastres naturais. A complexidade dessas considerações exige uma abordagem holística e integrada à governança, que possa abarcar e conectar todas as partes de uma organização em um esforço coletivo de preparação e resposta.
A empatia com os stakeholders emerge, então, como um componente crítico nesta equação. Compreender e se colocar no lugar dos clientes, funcionários, fornecedores e da comunidade em geral não é apenas uma questão de responsabilidade social corporativa; é uma estratégia essencial de gestão de crise. A capacidade de antecipar e atender às preocupações e necessidades dos stakeholders antes, durante e após uma crise pode determinar o grau de confiança e lealdade que eles mantêm pela organização. Isso, por sua vez, influencia diretamente a capacidade de recuperação e a continuidade dos negócios.
A alta gestão está, portanto, diante de um desafio e uma oportunidade: o desafio de integrar a preparação para crises e a resiliência organizacional no núcleo da governança corporativa; e a oportunidade de liderar com visão, previsão e, acima de tudo, com um profundo senso de responsabilidade para com todos os stakeholders. Esta é a verdadeira essência da liderança em tempos incertos: não apenas gerenciar crises, mas antecipá-las, preparar-se para elas e, através delas, crescer e evoluir.
O compromisso com essa visão de governança, embora possa parecer assustador, é o que distingue as organizações verdadeiramente sustentáveis e bem-sucedidas. Estamos, afinal, falando de criar não apenas empresas que sobrevivem, mas que prosperam, adaptando-se e inovando diante das adversidades. A alta gestão tem, assim, uma responsabilidade fundamental: guiar suas organizações através da incerteza para um futuro de possibilidades ilimitadas. A pergunta que permanece é: estamos prontos para assumir esse compromisso? Avalie e se não estiver busque ajuda, não espere acontecer.