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2017

“Somos uma penitenciária tentando ser uma delegacia”

“Somos uma penitenciária tentando ser uma delegacia” - Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do RS percorreu DPPAs e encontrou 132...

Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do RS percorreu DPPAs e encontrou 132 presos à espera de vagas no sistema carcerário gaúcho

Em cada uma das cinco Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) visitadas pelo presidente da Associação dos Delegados de Polícia do RS (ASDEP), delegado Cleiton Freitas, nesta segunda-feira (25), a realidade foi a mesma: celas superlotadas, delegados relatando as péssimas condições de trabalho e a falta de segurança a que estão sendo submetidos e presos reclamando da situação caótica do sistema prisional do Rio Grande do Sul.

Ao todo, o presidente da ASDEP se deparou com 132 presos custodiados pela Polícia Civil ou Brigada Militar nas delegacias. Na 2ª DPPA, localizada no Palácio da Polícia, sete detentos dividiam as celas. Segundo o delegado Francisco Antoniuk é frequente os policiais receberem ameaças dos presos. “É preciso que seja tomada uma atitude o mais breve possível para resolver esse problema”, disse.

Já em Viamão, a delegada Jeiselaure Rocha de Souza relatou que a convivência com os presos faz com que todos tenham atenção redobrada no dia a dia. “Temos apreendido materiais como gilete, chaves e canetas, por exemplo, que eles usam para tentar cavar túneis e fugirem das celas. Desde maio, já tivemos que reformar o espaço três vezes para arrumar o estrago que eles fizeram”, contou.

“Essa tensão constante faz com que estejamos transformando os nossos policiais em pessoas doentes, diminuindo cada vez mais o potencial da nossa corporação”, ressaltou o delegado Cleiton.

Na frente da DPPA de Gravataí, uma cena ainda mais estarrecedora: três viaturas da Brigada Militar estacionadas lado a lado, sob um sol de quase 30º graus, onde 13 detentos estavam amontoados dentro dos veículos. No interior da delegacia, o delegado Paulo Kanarek ainda era responsável por outros sete, sendo que alguns há mais de 25 dias estão presos no local. “Hoje até que é um dia tranquilo perto do que temos vivenciado aqui. Tem outros, que eles estão revoltados, queimam garrafas pet dentro das celas e causam um enorme tumulto”, detalhou Kanarek. Um dos brigadianos responsáveis pela custódia dos presos afirmou que “há poucos dias, tentaram resgatar uns presos que estavam nas viaturas, mas o plano deu errado porque éramos em muitos policiais aqui. Hoje, estamos em quatro para cuidar deles”. Dois guardas municipais também estão na DPPA para cumprir a função de custódia dos presos.

Setenta e sete presos entre o pátio, sala de triagem e cela

Em Alvorada, também na Região Metropolitana, o delegado Nelson Burille não permite mais que os presos sejam colocados na sala de contenção. “Por falta de espaço nas celas, eles acabavam ficando na sala de contenção, só que estavam acabando com o local, fazendo buracos nas paredes e arrancando a fiação elétrica. Além do mais, a população quando vinha à delegacia prestar ocorrência ainda se deparava com os presos”, revelou.

No entanto, foi em Canoas que o presidente da ASDEP encontrou uma situação ainda mais alarmante. Ao todo, 77 presos dividem o pátio, a sala de triagem e as celas da DPPA. O delegado Marcos Machado apontou uma série de problemas para que os policiais civis façam a custódia dos presos. “Não temos estrutura de carceragem aqui. Somos uma penitenciária tentando ser uma delegacia, convivendo com as mais diversas facções criminosas que atuam no Estado. Há tumulto quase que diariamente. Nós não temos como trabalhar e os presos não têm como tomar um pouco de sol ou ao menos escovar os dentes. Além disso, vivemos em uma tensão constante, pois eles sabem tudo a nosso respeito”, ressaltou.

O delegado Cleiton, que pretende percorrer outras delegacias nos próximos dias, se disse ainda mais impactado com tudo que viu. “Acompanhar o dia a dia dos colegas in loco reforçou o sentimento que o que está ocorrendo nas nossas delegacias é muito preocupante, beira ao insuportável. Precisamos que o Governo tome providências o quanto antes para que os nossos policiais possam voltar a exercer o seu papel com dignidade e segurança. Ver os delegados sendo ameaçados e os funcionários das delegacias terem de limpar toda a sujeira feita pelos presos, além de vê-los pedindo por um médico ou juiz, é degradante”.


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