2024
A Catástrofe no Rio Grande do Sul
Eliana Camejo, CEO & Founder

A crise ambiental que estamos testemunhando no Rio Grande do Sul, com chuvas implacáveis e inundações devastadoras, é um reflexo dramático das mudanças climáticas que assolam o mundo. Enquanto especialistas e grandes corporações debatem sobre responsabilidades e práticas de ESG - Environmental, Social, and Governance, a população enfrenta as consequências diretas dessa realidade.
As intensas e frequentes chuvas no estado não são fenômenos isolados, elas estão diretamente conectadas ao aquecimento global, impulsionado pelas emissões excessivas de gases de efeito estufa. Este cenário reforça a necessidade de compromissos ambientais mais robustos e ações concretas para reduzir essas emissões.
A calamidade atual evidencia a necessidade de uma estratégia de resposta que proteja principalmente as comunidades vulneráveis. O poder público e as defesas civis aqui no Brasil não estão preparados para eventos dessa magnitude, mesmo que saibam que só tende a piorar com o avanço das mudanças climáticas. É necessário que haja um investimento significativo em treinamento, recursos adequados e planejamento estratégico. Governos devem priorizar a criação de sistemas de alerta antecipado, melhorar a infraestrutura para resistir a eventos extremos e desenvolver planos de evacuação e resposta a emergências que sejam eficientes e inclusivos. A integração de políticas de ESG pode reforçar essas iniciativas, assegurando que as soluções adotadas sejam sustentáveis e justas, protegendo as populações mais vulneráveis e os ecossistemas locais.
E para nós estudiosos de ESG a realidade exige uma ampliação dessa conversa para incluir a comunidade em geral. A educação sobre mudanças climáticas, incentivos para práticas sustentáveis e a participação comunitária em decisões ambientais são fundamentais para uma gestão de crise mais eficiente e inclusiva. Esta inclusão mais ampla pode ajudar a preparar todos os níveis da sociedade para as realidades das mudanças climáticas, integrando as práticas de ESG ao dia a dia de todos nós.
A catástrofe no Rio Grande do Sul é um lembrete triste de que as mudanças climáticas são uma realidade atual, não uma possibilidade distante. Este é um chamado para que cada um de nós se torne um agente de mudança, pois o futuro do nosso planeta depende da ação coletiva. As práticas de ESG não podem ficar restritas às salas de conferências das grandes corporações, elas precisam se tornar parte do dia a dia de toda a sociedade no mundo.